terça-feira, 16 de novembro de 2010

Lembranças de um "menino"


Elton Nunes

Lembro-me da primeira vez em que entrei no Monitor Campista. Minha busca pelo primeiro emprego, tinha 17 anos. Estava ansioso e inseguro, era uma segunda-feira de março de 2000.
Ao entrar por aquelas portas, fui recepcionado por Junia, a secretária. Quando a vi, sabia que conhecia de algum lugar, então me apresentei:
- Boa tarde, me chamo Elton, e venho deixar um currículo, com Sr. Jairo.
- Boa tarde, eu sou Junia... espera, eu te conheço?! Você mora na minha rua, né?
- Hã, é mesmo, sabia que te conhecia de algum lugar!
Esse diálogo me ajudou a quebrar o gelo, então, Junia logo foi me mostrar a oficina de impressão, que ficava logo atrás da sala dela.
Quando entrei, vi uns homens desmontando uma máquina enorme, que eu nem sabia pra que que servia aquilo. Então Junia me explicou, percebendo minha cara de dúvida, que era aquela máquina que fazia a impressão do Monitor Campista, mas que estava ‘aposentada’, pois o jornal tinha se modernizado e estava imprimindo em cores.
Fui conduzido, então para a sala do Diretor-secretário, o Sr. Jairo, que me entrevistaria e analisaria meu currículo. Confesso que estava muito nervoso, suava frio, e disse que procurava meu primeiro emprego, mas Sr. Jairo me tranquilizou, dizendo que eu era jovem e aprenderia rápido a função, pois estaria sendo auxiliado. Então, Sr. Jairo, liga para o ramal da redação e manda chamar Sr. Edinho:
- Edinho, dá um pulinho aqui na minha sala, que eu quero te apresentar uma pessoa.
Fiquei aguardando quem entraria pela porta, então, logo a porta se abriu rápido:
- Pois não, Jairo?
- Quero que conheça o Elton, ele está querendo um trabalho. Em que podemos encaixá-lo para um estágio?
- Olha Jairo, eu posso ensiná-lo a minha função de Tratamento de Fotos.
Eu naquele momento fui levado por Edinho até a redação para conhecer a forma de trabalho de um jornal. Fui apresentado aos colegas, e recepcionado de maneira que me senti à vontade. Então Edinho me perguntou:
- Elton, então quando você pretende começar seu estágio com a gente?
Eu não queria perder tempo:
- Posso começar agora?
Edinho sorriu e me disse o seguinte:
- Essa foi a melhor resposta que já ouvi de um candidato para trabalhar aqui.
A partir desse dia, dez anos se passaram, e hoje, um ano sem o Monitor Campista, vejo que foram tempos bem vividos, mas que poderiam ter durado mais. Ficou um sentimento de menino de achar que as coisas nunca acabam.
Sinto muita falta dessa escola que ajudou a formar o meu caráter, a crescer como pessoa e profissional, da convivência com amigos que, pelas forças do destino, quase não os vejo, mas sei que cada um deles assim como eu, leva consigo o orgulho e o amor por esse jornal. VIVA O MONITOR CAMPISTA!

(A foto acima foi tirada na quinta-feira, véspera do fechamento de nossa última edição. Nela estamos: eu, Pati, Miriam, Silvana, Enockes e Zé Amaro, ou melhor, Agostinho. Repare que, mesmo feridos, estamos sorrindo. O sorriso que vem da certeza de que fizemos o melhor pelo nosso jornal)

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