segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tempo bom!















Valquíria Azevedo

Dois anos e 11 meses. Esse foi o tempo que dividi a redação do Jornal Monitor com colegas, amigos e, diga-se de passagem, excelentes profissionais, até o seu fechamento, em 15 de novembro de 2009. Quando lá cheguei tinha o conhecimento do peso de um jornal centenário, mas não imaginava passar por um momento tão difícil e doloroso logo no início da profissão que escolhi.
Hoje faz um ano do fechamento do jornal. Na mesma proporção que bravamente lutamos para que esse não fosse o final, também choramos. Choramos a separação dos colegas com quem passávamos o maior tempo de nossas vidas, de parar um trabalho feito com comprometimento e satisfação. Passar na Rua João Pessoa, hoje, e ver uma loja de sapatos no lugar da redação que me ensinou a dar os primeiros passos como jornalista, que me deu lição de isenção ao apurar uma matéria, a respeitar o meu entrevistado, dói. Dói muito!
O fechamento do velho Monitor foi inevitável. Perdi um excelente jornal, que além ter sido a grande oportunidade da minha vida profissional, também me abastecia de conhecimentos e valores que levarei para toda vida.
Agora fico com a saudade, como a de alguém que perdeu algo muito precioso. Saudades de Patrícia Bueno me cobrando especial do caderno de domingo. De Jô Siqueira com suas pautas e põe pautas nisso. Das vezes em que junto com Mariane Pessanha corríamos para embarcar no “Tapera”. De Cilênio Tavares me cobrando a matéria por causa do horário de fechamento e Ricardo André Vasconcelos dizendo, aos domingos: “Não vai me arrumar nada na hora do fechamento”. Dos sorrisos de Carla Rúbia Paixão, Luisa Ritter, Leonardo Alvarenga, Liliane Barreto, Jane Nunes,Nágyla Correa e Alicinéia Gama.
Também sinto saudades de Miriam Cristina e Hélvio Cordeiro, falando das concordâncias verbais. Dos diagramadores: Elton, Ratinho e Meg se desdobrando com os meus textos enormes (poder de síntese nenhum). Do carinho de Ana Ruth Manhães, Flávia Nunes e Antônio Leudo. Das brigas com Seu Maia e do Juarez Fernandes, meu eterno “Pobre". Das músicas cantadas por Mário Neto e Izael Barrozo. E as doideiras com Silvana Rust, que já me fez andar em carro usado por bandidos numa tentativa de assalto frustrado pela polícia, para garantirmos uma boa matéria.
De Carla Cardoso e João Ventura, o casal Monitor. De Eduardo Ribeiro, Valdemiro e até da Fera de Macabu (desculpem, piada interna)... rsrsrsrs. Falando na “Fera”, hum! Que vontade de tomar o café feito por seu Élson e receber o carinho de José Amaro, meu querido Guguta. Tempo bom! Assim era o Monitor e assim será enquanto a memória não falhar e a lembrança me permitir reviver as coisas boas da vida.

(Eu e minha amiga Luisa: só sorrisos!)

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