segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Morte sem autópsia











A dor da perda de algo que nos é importante(hoje faz um ano que "morreu" o "Monitor Campista") a mim se expressa no espanto primeiro; na primeira lágrima: no primeiro grito sufocado na garganta e nas palavras primeiras que consegui escrever e que ficaram patenteadas em sua última edição.
Portanto,as reproduzo com a emoção primeira:

Crônica de uma morte anunciada


Walnize Carvalho

Não há como não deixar de parafrasear o escritor e jornalista colombiano -Gabriel Garcia Márquez – e utilizar como título de minha crônica a obra consagrada deste brilhante autor.
Nem há, como também, ficar indiferente e usar o velho chavão : “ A única certeza desta vida é a morte”.E eis que o “paciente” sabia que iriam adoecê-lo e ,quem sabe, até levá-lo a fenecer .Apesar da idade avançada gozava de uma saúde de ferro de causar inveja aos mais novos.
Viril, pontual, atualizado, culto ,simples, popular, sempre foi figura querida e estimada por onde passava. Tinha assunto para um dedo de prosa ou verso com qualquer classe social: do operário ao intelectual. Mesmo vestido em trajes sóbrios , sua elegância ímpar o fazia circular por salões suntuosos e nos mais simples ambientes de festa.
Esteve sempre presente ao que se passava a sua volta: quer seja no seu quintal, no seu município, no seu país e até no mundo a tudo estava atento .Observador contumaz ,analisava os fatos e com firmeza e lisura deixando patenteada a sua opinião.
Versátil, sabia dialogar sobre política, meio ambiente, educação, cultura, arte, saúde, esportes, economia,lazer, gastronomia, tecnologia, viagem, acontecimentos policiais ou sociais .
Amigo, recebia em sua “casa” a todos com o mesmo carinho e hospitalidade: quer os seus membros efetivos como os visitantes. A “mesa” sempre posta com um cafezinho tirado na hora complementado de saborosos pães representava o verdadeiro alimento da alma.
Vivia assim: firme em seus propósitos, consciente do seus deveres, trabalhando com honradez na missão a ele outorgada.
E foi, que possuindo tantos predicados começou a incomodar. Como herói da resistência começou a ter que administrar adversidades. Passaram a lhe dar doses homeopáticas de desânimo, tristeza, desamor, incompreensão, fraqueza, disputa de poder e com as forças por um fio adoeceu... e morreu.
Com o coração enlutado despeço de você –MONITOR CAMPISTA_ neste domingo , relembrando os tantos domingos que abrigou meus textos literários.

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