segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Túnel do tempo















Hélvio Cordeiro

Para mim, que sempre (ou na maior parte do meu tempo) vivi envolvido com pesquisas, passei vinte maravilhosos anos trabalhando no Jornal Monitor Campista (no qual me aposentei). Descobri o que de melhor existia por lá, independente dos colegas de dia a dia de trabalho (uma verdadeira família), que era o que cognominei de “Túnel do Tempo”, ou seja, o arquivo do jornal. Ali viajei pelo mundo da nossa História. Fui até a Villa de São Salvador. Passei pelas ruas ainda sem calçamento. Vi as charretes passeando pela Praça Principal ou da Matriz. O burburinho do comércio. A grande movimentação dos portos e, o sofrimento dos negros escravos. Mas, tal qual um sonho jamais imaginado pelo maior pessimista, esse sonho passou e, para a minha maior tristeza, fui obrigado a acordar e perceber que não era sonho e sim uma dura realidade. Fecharam nosso “Túnel do Tempo” e ainda levaram nossa história. Nossa História, nossos Pesquisadores e os verdadeiros apaixonados pelo nosso mais tradicional e insubstituível Jornal Monitor Campista ficaram órfãos e abandonados, meio que sem rumo, não tendo mais aquela referência da imprensa escrita de Campos nas bancas todos os dias de manhã. Acho que é por isso que não vejo mais graça nenhuma em ler jornal.

(Nós no aniversário de Nagyla. Sempre tinha uma pausa na edição para o "parabéns pra você"...)

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